sábado, fevereiro 24, 2007

Jornada Nacional contra o fim do IAJ










Juventude Comunista Portuguesa em Luta pelo IAJ!!

terça-feira, fevereiro 06, 2007

EM LUTA PELO SIM!!!

Sessão de Esclarecimento - Mulheres pelo SIM! - MDM

Dia 11 as portuguesas e os portugueses são chamados a votar. Vão tomar uma decisão política que já devia ter sido tomada pelos deputados na Assembleia da República. Se neles votámos, a eles cabe legislar, e não perguntar ao povo se a sua função está a ser bem desempenhada.
Mesmo tendo sido o último referendo favorável ao Não, este não foi vinculativo devido a uma enorme abstenção. E porquê? Provavelmente porque, na sua maioria, os portugueses se viram na obrigação de escolher e decidir sobre uma matéria que além de delicada diz respeito, numa fase final da decisão, à mulher. Pois é ela que transporta, ou não, durante 9 meses o novo ser que está em formação, é da mulher que este ser depende e sem ela, sem o seu esforço, empenho e dedicação não faz sentido, não sobrevive. Se os portugueses não conseguiram decidir por si mesmos, para quê voltar a pôr-lhes a mesma questão? Quem decidiu em prol do referendo, quis democraticamente lavar as mãos de uma decisão política de extrema importância e justeza para com as mulheres. Não o devia ter feito, devia sim, em clara maioria favorável à despenalização da IVG, tomado a decisão de aprovar a nova lei em AR.
A Mulher é um ser humano responsável e independente, capaz de tomar decisões, capaz de numa situação de dúvidas sobre qualquer questão, raciocinar, ponderar e tomar uma decisão que a defenda a ela e a quem a rodeia. A mulher tem que ter o direito a escolher o momento mais propício para dar de si, para optar pelo momento mais indicado para exercer a sua maternidade, que implica questões de ordem social, económica, psíquica e física. Que deve ser desejada e na maioria das vezes ter a presença de um companheiro que tenha uma atitude de isso mesmo, companheirismo, que tenha uma família que a aceite como futura mãe, que disponha de todos os meios, não pondo em causa as meios que já se encontram canalizados para eventuais filhos que já tenha, para eventuais despesas que já tenha anteriormente assumido, que tenha condições realmente humanas para ser mãe. A mulher tem de ter direito a escolher o número de filhos que quer ter, quando os quer ter e mesmo a não os querer ter.
A questão dos direitos do embrião, feto ou ser humano que está para nascer é importante, não me posso abstrair desse facto. Mas também não posso pensar e exigir que esse novo ser seja tão importante como a mulher, que já é um ser humano, adulto, responsável, consciente e independente. Em termos de acção, de vivência, de consciência e de independência a mulher tem de ser mais importante que o embrião ou feto. Pois nenhuma mulher pode ser obrigada a ter filhos? Toda a mulher que decide ser mãe, fá-lo consciente e ponderadamente, ninguém se dirige à mulher dizendo – está na hora, é agora que vais ser mãe. Se estamos todos de acordo com este facto, então porque não se concedeu já às mulheres o direito a decidir livremente e sem penalizações de qualquer ordem sobre o acto mais importante que é ser mãe/pai.
Mais uma vez na minha opinião, quem quer manter as mulheres “presas” à maternidade não lhes concedendo a opção do momento mais propício para serem mães, quer mantê-las sob a segregação de um sexo sobre o outro, quer impedi-las de serem capazes de pensar e decidir sobre si próprias, tal como aconteceu na luta das mulheres pelo voto, como no direito ao trabalho igual com igual remuneração, pelo direito ao acesso dos mesmos cargos desempenhados maioritariamente pelos homens. As mulheres no nosso país ainda não têm estes direitos totalmente alcançados, e por isso lutam para que estes mesmos direitos não lhes sejam retirados ou abafados por uma sociedade ainda demasiado patriarcal.
As mulheres têm de ter direito à opção, sem que essa mesma escolha lhes seja imputada e penalizada, tanto pela via judicial como pela via da saúde. Que mais nenhuma mulher no nosso Portugal seja condenada pela prática de aborto, que mais nenhuma mulher morra ou sofra complicações irreversíveis para a sua saúde!
Deixemos as mulheres serem livres, independentes e responsáveis, pois tirarem-lhes isso é o mesmo que as tornar menos livres pelo meio da ignorância que lhes está a ser imputada. E menos livre é o mesmo que não ser livre de todo, como todos nós compreendemos e exigimos que assim seja.
É natural que exista muita confusão na cabeça dos cidadãos que vão votar, pois ninguém é a favor do aborto, ninguém deseja que as mulheres abortem, mas sim que tenham os filhos, e que os amem e eduquem da melhor forma possível. O que não queremos é que a mulher se veja obrigada a ter um filho sem condições, sejam elas de ordem económica ou social, psíquica ou familiar. Ter um filho sabendo de antemão que vai prejudicar filhos já existentes é mais contra natura que interromper uma gravidez? Eu penso que sim e por isso voto Sim no dia 11.
Votar Não, mesmo que moralmente não se aceite a morte de qualquer vida humana já nascida ou não, é desejar que tudo fique na mesma, que a lei vigente permaneça a sentar mulheres no banco dos réus e a condená-las, é aceitar que o papel do pai seja absolutamente ignorado pois não é punido por um acto que inicialmente também foi dele, e que se minimamente companheiro for, respeita e apoia a mulher na decisão tomada, o que o torna cúmplice do crime cometido mas por sua vez não punido. É querer manter, conscientemente, as mulheres sujeitas ao aborto ilegal e clandestino, sem as mínimas condições de segurança e acompanhamento cruciais, para a mulher que tão difícil opção tomou. É querer continuar a contribuir para o negócio vergonhoso que é o aborto clandestino. É injustamente, manter a possibilidade para quem pode praticar a IVG fora de Portugal fazê-lo sem quaisquer problemas e riscos de penalização sabendo ao mesmo tempo que a maioria das restantes mulheres, iguais a estas senhoras que podem, nunca poderão se quer sonhar com tal igualdade de direitos no acesso a uma IVG feita com as condições que toda a mulher merece.
Votar Sim é confiar na capacidade que a mulher portuguesa tem de ser mãe e de criar os seus filhos com as melhores condições possíveis para ambos, Mãe e Filhos. É confiar na decisão das mulheres, na sua escolha neste momento tão crucial das suas vidas. É querer resolver o problema de saúde pública que aflige o nosso país mas que principalmente aflige as nossas mulheres. É desejar pôr fim, e de uma vez por todas, à perseguição, penalização e criminalização das mulheres que por opção, sempre ponderada e difícil interromperam a sua gravidez.

Concerto pelo Sim no Bar "Rubros" na Amadora

Arruada do PCP pelo Sim


Abertura de Campanha - "Em Movimento pelo Sim!" - Fórum Lisboa