quinta-feira, janeiro 29, 2009

Mais Santiago

Cuba

Como país desenvolvido que é encontramos os habituais transportes públicos, tanto citadinos como os de ligação entre as várias províncias.

Um país em que a grande maioria da zona campestre se encontra cultivada e muitas das vezes com agricultura biológica, as zonas em que não há cultivo é ocupada por floresta ainda muito virgem e verdejante.

As cidades são limpas, vê-se com muita frequência as ruas a serem lavadas, não se vê lixo no chão, os prédios alternam entre alguma degradação e a sua recuperação. Os telefones públicos são muitos e não encontras nenhum vandalizado. Os murais são uma constante e são preservados.

As casas dos Cubanos, que são suas e sem custos, costumam ter a fachada cuidada e pintada, pelos respectivos moradores, mas as paredes laterais não. O interior das casas é asseado e tem o recheio habitual de qualquer casa portuguesa, móveis mesas e cadeiras, electrodomésticos e livros. Todas as famílias cubanas têm direito a ter duas casas, uma de habitação e outra de recreio.

As ruas augustas de Cuba estão sempre repletas de gente, sempre com todas as faixas etárias presentes e a boa disposição também, os mais velhos nos bancos de jardim ou a passear vagarosamente, os mais novos a jogar a pelota em qualquer rua, plana ou não, nos jardins e junto aos museus nacionais, etc.

A educação é gratuita e obrigatória para todos. O estado fornece todo o material essencial ao estudo. Desde o ensino básico ao superior o estado garante a educação, na passagem do secundário ao superior todos os jovens cubanos têm de desempenhar um trabalho social, durante dois anos, à sua escolha.

O sistema nacional de saúde tem cobertura em todo o país e também é gratuito. O plano de vacinação obrigatório contempla 16 vacinas até aos 7 anos de idade, todas as doenças epidémicas estão erradicadas do território. Todas as crianças cubanas têm direito ao uso de aparelho dentário totalmente suportado pelo estado. Os centros de saúde e hospitais são uma constante por toda a ilha e muitos são também usados como faculdades de medicina.

É frequente encontrar-se livrarias e os preços praticados permitem que todos lhes tenham acesso.

Se um cubano optar por viver da agricultura é-lhe atribuída uma porção de terra com a área de 20 hectares, é-lhe fornecida a formação para que saiba trabalhar a terra e dela retirar o seu sustento, o estado garante sempre o comércio do que é cultivado. Dependendo do que o solo permitir cultivar, o agricultor vive da banana, do tabaco, da cana do açúcar, do feijão, da batata-doce, da fruta e leguminosas. A carne de porco, cabra e aves serve de alimento, a vaca é utilizada exclusivamente para a produção de leite e por esta razão não se come a sua carne.

Todos os cubanos têm direito ao trabalho ou estudam, o estado controla dentro do que é possível esta obrigação, não sendo permitido ao cubano fugir a estas duas realidades.

A ausência da publicidade a que estamos acostumados é um alívio, não existe a constante agressão do consumo excessivo dos mais variados produtos, a maioria dos quais não essenciais ao bem-estar do homem.

Ao questionar os Cubanos sobre a forma como eles vêem o seu país e o regime instituído na sua maioria encontrei pessoas que estão de acordo, que respeitam e dão valor aos direitos que têm como adquiridos. Os Cubanos lamentam não haver hipóteses de puderem viajar mas compreendem que o dinheiro do estado não o permite, dizem com orgulho que continuam a ser governados por um governo que tem políticas viradas essencialmente para o bem-estar da população. Quem se encontra em desacordo di-lo abertamente, sem nunca nos apercebermos que tenham receio de assim o fazerem.

O povo não pretende a fuga do país, adora a sua pátria e defenderá sempre o que já foi conquistado nestes últimos 50 anos vividos após a revolução. Compreendem também quem saiu do país, em busca de algo melhor dizendo “a decisão foi deles e não devem ser criticados por isso” mas rejeitam veementemente as opiniões muitas vezes negativas dadas por esses cubanos dizendo “se querem sair que o façam mas não venham depois difamar a luta que aqui se trava”.

Ir a Cuba é uma experiência única em que fica sempre a vontade de lá voltar. É ver uma outra forma de se governar um país, é ver por todo lado o esforço de se aproveitar melhor tudo o que um povo tem para dar evitando ao máximo a exploração desse mesmo povo.

Se um dia forem a Cuba, fujam dos hotéis e recorram às casas particulares, pois é nelas que vivemos lado a lado com o povo cubano, é nelas que nos apercebemos como vive o povo e quais as suas aspirações e sonhos.

Viva Cuba! Viva o 50º Aniversário da Revolução! Viva o Socialismo!






4 Comments:

Blogger Catarina said...

Allo João...

Que descrição arrepiante... Juntando com as fotos... A vontade de partir já para lá é imensa... É pena que Portugal esteja tão atrasado... Mas cá continuamos a lutar, para que a situação se transforme, e nós transformemos o sonho em vida!

Bjs,Catarina

8:37 da tarde

 
Blogger ALança said...

Lindissimo texto que tão bem descreve o povo e o dia a dia do povo Cubano!!
Beijos

10:04 da tarde

 
Blogger Fernando Samuel said...

Viva o 50º aniversário da Revolução Cubana!

11:11 da manhã

 
Anonymous rapariga do tejo said...

Uma viagem inesquecível e para repetir vezes sem conta

não há palavras
só sentimento

4:25 da tarde

 

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